Depois de uma reunião na última semana em Villa Maria, província argentina de Córdoba, dirigentes preparam para outubro um novo encontro sobre o tema
Representantes das três principais entidades aeroagrícolas do Mercosul: Sindag, Federação Argentina de Câmaras Agro Aéreas (Fearca) e a Associação Nacional de Empresas Privadas Aeroagrícolas do Uruguai (Anepa) devem se encontrar em outubro para traçar um planejamento estratégico para o setor no continente. Esse foi um dos resultados da reunião do Comitê Executivo Aeroagrícola Privado do Mercosul e Latino-Americano, ocorrido na última semana, na Argentina.
O encontro foi na sexta-feira (24), último dia do 27º Congresso Mercosul e Latino-Americano de Aviação Agrícola, na cidade de Villa Maria, província de Córdoba. O Sindag foi representado no evento pelo diretor-executivo Gabriel Colle e pelo secretário executivo Júnior Oliveira, que conversaram com diretores das duas entidades coirmãs. A discussão girou principalmente na busca de estratégias para estreitar as relações ente o setor aeroagrícola e a sociedade no continente, tendo em vista o preconceito gerado a partir de estereótipos contra o próprio agronegócio.
Tanto nos países vizinhos quanto no Brasil os empresários da aviação agrícola, junto com pilotos, pesquisadores e outros profissionais do setor têm trabalhado em difundir a importância da ferramenta para a economia e a sustentabilidade ambiental das lavouras, além de aperfeiçoar o público interno nas boas práticas operacionais. Porém, a perspectiva agora é unir experiências e desenhar estratégias comuns.
CONGRESSO
Promovido pela Fearca, o evento ocorrido em Villa Maria teve programação desde a quarta-feira (22). Os representantes do Sindag participaram de palestras que abordaram temas como semeadura aérea, controle de deriva, tecnologias de aplicação, boas práticas, aplicações biológicas e outros temas. Colle e Oliveira também prestigiaram os expositores brasileiros presentes no evento e visitaram os estandes de empresas estrangeiras, estreitando relações inclusive com vistas ao próximo congresso brasileiro, em 2019.
No caso do Congresso Mercosul e Latino-Americano, a cada ano ele é organizado por uma das três principais entidades do bloco. No ano que vem estará a cargo da Anepa (Uruguai) e em 2020 retorna ao “mando de campo” do Sindag – integrado à programação do Congresso da Aviação Agrícola do Brasil (como, aliás, se junta aos eventos de cada País).
FROTA
O Brasil tem a maior frota aeroagrícola da América Latina e a segunda maior do mundo, com pouco mais de 2,1 mil aeronaves (atrás apenas dos Estado Unidos. A Argentina conta com cerca de 1,3 mil aeronaves e o Uruguai tem 135 aviões operando no setor. O setor também opera no Chile, Colômbia, Bolívia, Equador, Peru, Guiana Francesa, Venezuela, Cuba, quase toda a América Central, México e Canadá. A Aviação agrícola também é forte na África do Sul, Austrália, Nova Zelândia, China, Rússia e diversos outros países.
Em terras brasileiras, trata-se da única ferramenta para o trato de lavouras com regulamentação específica (apesar dos riscos serem iguais para meios aéreos e terrestres) e a única que, apensar de toda a legislação, conta com o programa de um selo independente de sustentabilidade ambiental – administrado por três universidades públicas.
Além da pulverização de produtos químicos ou biológicos, a aviação também é usada na aplicação de fertilizantes, semeadura e até no combate a incêndios florestais. E, em outros países, inclusive no combate a mosquitos